Nutricionista graduada pela Universidade Anhembi Morumbi e Especialista em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo.
Atendo em consultório particular e ambulatório da UNIFESP.
Para consultas e consultoria: danimrs@terra.com.br
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Seu peso ideal

Antes de tudo, acho importante entender alguns conceitos e lembrar duas simples palavrinhas: BOM SENSO. 

O termo engordar significa ganhar gordura corporal, porém, o aumento de peso, não e necessariamente resultado apenas do ganho de gordura corporal. Vejam só a definição de obesidade: enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde. Ou seja, obesidade será definida pelo excesso de GORDURA corporal e não excesso de PESO corporal e quando nos pesamos estamos verificando um valor que consiste na soma do peso de TODOS os constituintes do nosso corpo: massa magra (livre de gordura e constituída por proteínas, água e conteúdo mineral ósseo) e massa gorda (gordura corpórea). 
Conclusão: peso corporal pode não ser uma medida tão segura!

EXEMPLO
Na figura abaixo temos dois homens de altura e peso iguais. Podemos falar que o "gatinho" bronzeado de sunga é obeso? I don't think so!
  

Continuando... Não acredito que exista uma formula perfeita e  certeira para calcular o peso ideal/adequado/saudável/legal.  Isso já posso afirmar exemplificando o caso do método mais conhecido para tal calculo que é o IMC (índice de massa corpórea).

O IMC é um cálculo que leva em consideração duas variáveis, o peso corporal e a altura! Mas como ser um índice sem erros se uma de suas variáveis, o peso, não é um dado muito seguro?

Creio que para dar margem aos erros, o IMC determinou uma faixa de normalidade bem ampla... E é ai que se encaixam aquelas duas palavrinhas que citei no começo deste post: BOM SENSO (convenhamos que isso tá em falta e muito aqui na Terra). POR QUE? O IMC é um índice que podemos usar que não implica em custo, tempo ou qualificação profissional para ser verificado, e devemos levar isso em consideração. O que já não acontece com os métodos para avaliar composição corporal (quantidade de massa magra e gordura), como mensuração das pregas cutâneas ou bioimpedância elétrica.
O QUE FAZER ENTÃO? Existem alguns cálculos e medidas que podemos verificar e associar ao resultado do IMC e com BOM SENSO, definir um diagnóstico nutricional e faixa de peso ideal. O primeiro deles é a Compleição Física, que avalia estrutura óssea. Um cálculo simples baseado na circunferência do punho (na altura daquele ossinho proeminente) e altura.

EXEMPLO 
(vou me usar como exemplo porque já estou cansada de fazer esses cálculos e sei tudo de "cór e salteado")

IMC (Kg/m2)
Classificação
Abaixo de 16
Desnutrição Grau III
16,0 – 16,9
Desnutrição Grau II
17,0 – 18,4
Desnutrição I
18,5 – 24,9
Eutrofia
25,0 – 29,9
Sobrepeso
30,0 – 34,9
Obesidade Grau I
35,0 – 39,9
Obesidade Grau II
Acima de 40
Obesidade Grau III
IMC = Peso (Kg) : Altura (m) ao quadrado
IMC = 50 : (1,55 x 1,55)
IMC = 20,8
IMC considerado normal
Peso máximo considerado saudável (IMC 24,9): 59Kg 
Peso mínimo considerado saudável (IMC 18,5): 45Kg

Compleição física (CF)
Grande
Média
Pequena
Homens
< 9,6
9,6 – 10,4
> 10,4
Mulheres
< 10,1
10,1 – 11,0
>11,0
CF = Altura (cm) : Circunferência do punho do braço dominante (cm)
CF = 155,0 : 14,3
CF = 10,8
CF considerada média 

Só com esses dados, como não sou nenhuma grande atleta, frequentadora assídua de academia (AINDA VOU MUDAR ISSO), já posso definir que estou com um peso adequado... por que? Porque minha compleição física é média e o valor do meu peso está mais ou menos na media do que seria um IMC considerado normal, entre 18,5 e 24,9. Pude comprovar isso porque já cheguei a pesar 46Kg e confesso que não parecia muito saudável além de inclusive ter parado de menstruar... Da mesma forma com que não estava nadinha feliz quando estava pesando 59Kg, imagine então quando eu pesava 75Kg. Agora, caso eu tivesse uma compleição física pequena, talvez os 45-46Kg provavelmente seriam visualizados de outra maneira.
Pausa para um "desabapho": minha avó paterna sempre me criticou, em alto e bom tom, por causa do meu excesso de peso, outro dia eu estava vendo um video de um aniversário e quando chegou a hora de cortar o bolo e fazer o pedido, escuto ela sussurrar ao fundo, sussurrar nada, ela gritou para todo mundo ouvir: "Não comer nunca mais brigadeiros" - traumas de infância se é que me entendem... e mesmo assim, amo brigadeiro e como sim brigadeiro até hj, mas não uma panela por semana, claro. Mas, voltando ao que interessa, estou comentando esse fato traumatizante da minha vida aqui porque quando emagreci e cheguei a pesar 46Kg, essa mesma avó, passou a me criticar por estar muito magra! Catzo! Ninguém nunca ta feliz meu!
Piadas á parte, além da associação desses dois valores (IMC e CF), podemos acrescentar outro parâmetro... A Circunferência Abdominal (na altura média entre a última costela e o osso do quadril - próximo ao umbigo). Circunferência Abdominal aumentada está relacionada a risco de desenvolver infarto, AVC, hipertensão arterial e diabetes.

Circunferência abdominal (CA):
Sexo
Elevado
Muito elevado
Homens
> 94 cm
> 102 cm
Mulheres
> 80 cm
> 88 cm
CA = 66,0 cm (na altura do umbigo)
CA = Sem risco

Mas assim, como falei no começo desse blog, vou procurar ser sempre bem honestinha... Se a sua circunferência abdominal está indicando risco, não se desespere, não significa que você está com o "pé na cova", apenas visite seu médico/nutricionista regularmente e garanta que seus exames encontrem-se normais!

Agora tente você! Esses são médotos fáceis, que você pode usar para avaliar em casa, se o seu peso está adequado! Faça os cálculos e se quiser compartilhe nos comentários abaixo para esclarecer qualquer duvida! :)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sim! Eu emagreci!


Vasculhando as caixas com inúmeras fotografias do passado (pausa para risos descontrolados, se é que me entendem... anos 80 e tals), sempre foi difícil encontrar fotos do período no qual cheguei ao meu peso máximo. Justificável não? E nas raríssimas vezes que aparecia nas fotos o bico de mal humor cruzava o oceano atlântico. Sem mencionar a dificuldade de achar uma foto de corpo inteiro.

A primeira foto abaixo foi uma das poucas que encontrei e acho que precisei esperar mais de 10 anos para ter coragem de compartilhá-la com alguém. Mas ai está! 





Desprezando a minha cara de assustada nessa foto por favor... Acho que é culpa do susto! vivo reclamando do tamanho do meu derrière (aka quadril), mas acho que é porque eu não lembrava qual era o tamanho dele!

Da calça 44-46 á 36-38 (38 hoje, na maioria das vezes, infelizmente, culpa da proximidade dos 30)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Como tudo começou


Para começar devo citar que escolhi um layout preto, apesar de não associar nutrição, alimentação, saúde, ou qualquer coisa do tipo, com a cor preta (e também não importa), mas porque tudo sempre fica muito lindo em um pretinho básico! Bom, eu tinha escolhido o layout preto mas fui orientada a trocar porque tornava a leitura cansativa, então, mudei, droga!

Nunca pensei em fazer um blog porque seria mais um compromisso dentro da minha rotina complicada, mas vamos lá. Atendendo á pedidos, criei esse blog para falar com sinceridade sobre nutrição, alimentação e perda de peso, levando em consideração os dois lados da moeda - paciente x nutricionista. E nada melhor do que uma apresentação mais detalhada da minha pessoa e experiência no primeiro post deste blog! 

Sou nutricionista formada e tenho especialização em nutrição clinica, porém sempre convivi com o excesso de peso, um bom excesso BTW. E na adolescência, quando essa realidade mais nos incomoda, decidi que iria emagrecer. Fiz todos os tipos de dieta existentes no mercado (Dieta do abacaxi, Dieta da sopa, Dieta da lua, Dieta da USP, Dieta do tipo sanguíneo, Dieta do Dr. Atkins, South Beach e por ai vai...), sempre associadas a alguma atividade física e cheguei a perder alguns quilinhos, cheguei a perder bastante, mas sempre voltava a recuperá-los. Recuperava o peso, pois não conseguia manter a dieta por muito tempo, por sofrer privações excessivas de coisas que me proporcionavam prazer, por frequentemente apresentar fadiga, por apresentar alterações absurdas de humor (tenho dó de quem conviveu comigo nessa época - "Pai, Mãe, Sis... SORRY!") e algumas vezes por deficiência de alguns nutrientes. 


Cansada, desesperada, desiludida, blah, blah, blah (na adolescência tudo é sempre mais intenso), aos dezesseis anos de idade, aderi ao tratamento medicamentoso. SIM!!! Fiz uso de todos os tipos de drogas para emagrecer existentes naquela época (A famosa Sibutramina, Ansiolíticos, Anfetaminas e formulas contendo laxativos, diuréticos e ervas “milagrosas” cujo único poder era aumentar a formação de gases, desconforto e constrangimento). Confesso que os medicamentos ajudaram, e muito, mas sempre ao terminar o tratamento eu voltava a ganhar peso. E não posso esquecer de mencionar, é claro, os efeitos colaterais. Nossa esse assunto daria muito pano pra manga! Felizmente não tive alterações na pressão arterial, freqüência cardíaca, cefaléia, náuseas, entre outros sintomas comuns com o uso desse tipo de medicamento (muitas vezes nem a perda de apetite me atingia, ha ha ha), em compensação, meu bom humor, paciência e delicadeza começaram a ir embora junto com as gordurinhas e olha que eu já não tenho um gênio muito fácil (Novamente, "Pai, Mãe, Sis... SORRY!")


 Isso significa que sou contra o uso medicamentos para emagrecer? Não! Longe disso! Em alguns casos é sim necessária a associação de medicamentos ao tratamento, mas isso deve ser acompanhado de um médico e associado a hábitos de vida saudáveis – Reeducação alimentar e Atividade Física. Acredito que se não fosse a reeducação alimentar eu não iria conseguir perder os 25kg e MANTER o meu peso ideal até hoje. Não perdi 25kg, eliminei (Thank God eu nunca mais encontrei... Ok, minto, as vezes, 2 ou 3 quilinhos vêm me visitar mas mando eles embora com facilidade)!

Faz quase 13 anos que perdi peso e hoje, nutricionista, formada há oito anos, posso passar meus conhecimentos e experiência para todos que precisam perder peso e/ou querem manter hábitos de vida saudáveis sem deixar de desfrutar de alguns prazeres! Vou procurar tratar dos assuntos neste blog da maneira mais sincera possível, pois já estive sentada dos dois lados da mesa do consultório e sei muito bem como é o processo todo!

Importante ponto de vista: Dieta, Medicamento, Vodu ou Simpatia "Milagrosos" não existem, caso contrario estariam todos por ai com um corpinho magrinho, ou pelo menos dentro dos padrões considerados saudáveis e a freqüência de excesso de peso na população não estaria sempre aumentando.